03 dezembro, 2004

Preocupações Pré-Maritais

A maioria das pessoas à minha volta dizem que, neste momento, já deveria ter uma série de coisas tratadas e arranjadas que ainda não tenho para o casamento e para a casa. Sinto que, se calhar, elas têm razão e eu deveria estar muito mais ansiosa e preocupada do que estou. Acabo por pensar que se estou tão descansada, isso deve-se ao facto de eu fazer já toda a minha vida naquela casa, apesar de não dormir lá todos os dias, e sentir-me já casada com o B. Afinal, estamos juntos há 6 anos e meio, ele há 2 anos que lá vive, para poder estar mais perto de mim, e eu estou lá todos os dias, e embora muitas das coisas sejam provisórias, aos poucos temos estado a arranjá-las. Já temos mobília de quarto, mesa da sala, aparador e sofás, móvel de corredor e uma série de coisas que ainda tenho em casa, mas que tenho que começar a levar para lá, como sejam alguns artigos de cozinha, roupa de cama e de banho, livros, discos, roupa, etc. Faltam as pequenas coisas, candeeiros, tapetes, alguns quadros, velas, taças e mil e uma coisas que servem para preencher os vazios e os espaços em branco. Provavelmente, qualquer outra pessoa, noivinha ansiosa, já teria tratado de tudo, mas eu não consigo ser assim. Nunca na minha vida me preocupei demasiado com nada, tudo acabou por acontecer naturalmente, e acho que só ganhei com isso (só fico ansiosa com viagens de avião)
- Gostava de ser descansada como tu, diz a minha mãe

Posso ter tido a sorte de nunca ter tido de me esforçar muito para que as coisas me acontecessem, o que também se deve a um “excesso de optimismo” muito característico e a dar importância apenas às coisas grandes e boas, mas neste momento, e após ter acabado o curso e ter deixado de fazer a única coisa que alguma vez tinha feito, estudar (salvo seja, que também não sou nenhuma “rata de biblioteca”), sinto-me um bocadinho perdida. São tantas coisas a acontecer, a procura do primeiro emprego, o casamento, a decoração da casa (é o meu lado fútil, sei lá), uma vida totalmente nova. Parece que não consigo deixar de me sentir ainda pequenina, como se ainda fosse uma menina, e não alguém que vai sair de casa em breve, que vai casar e criar a sua própria família. Sempre fui muito protegida, sempre me fizeram tudo, e agora, que estou pela primeira vez a ter que desbravar o caminho e a fazer as minhas coisas, é inevitável todo um misto de sentimentos.

Mas é isto que quero. Apesar de à minha volta, a maioria das pessoas optar por união de facto ou casar só aos 30, quando já têm toda a vida mais definida, um emprego estável, certezas e uma maior independência, sei que estou a fazer o certo. Quero começar a minha vida ao lado dele, e sei que apesar de ainda não ter o tal emprego, hei-de o conseguir em breve, e tudo irá correr pelo melhor. O amor que sentimos um pelo outro é a maior das certezas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não vale a pena seres 'noivinha ansiosa'. O teu casamento é suposto ser algo que te vai dar prazer, que te vai deixar feliz, e não uma fonte de stress na tua vida. Trata das coisas com calma, como costumas fazer, e o que vais ganhar são menos dores de cabeça e provavelmente mais anos de vida... escrito por alguém que sabe o que é stressar por coisas pequenas. Não é saudável ;)

Beijinhos da Rita

JC disse...

Olá Susana!
Devolvo a simpática visita no meu blog, aproveitando para dizer que compreendo perfeitamente as preocupações pré-maritais das pessoas que dependem do casamento para adquirir a independência e a "vida a dois" que pelos vistos tu já tens! Também eu sou uma dessas pessoas...

Quanto à Rita, que acabou de pôr aqui um comentário, eu não te conheço de algum lado? ;)

Anónimo disse...

que bonito :)
continua a contar, que queremos saber todos os pormenores do casório...

tangos & valsas

Susana disse...

Obrigada a todos pelos comentários simpáticos. Vou dando notícias dos preparativos do casamento :)