09 dezembro, 2004

O Vestido. Qual Vestido?

Comprei neste último Sábado o meu vestido de noiva. Qual louca à procura do perfeito suspiro de brancura alva que enchesse o olho, corri a avenida de Roma, sem qualquer esperança de encontrar a perfeição.
Comecei por ir à Pronuptia à procura de um vestido que tinha visto no catálogo, mas que afinal não estava na loja porque não era tão bonito assim e tinha uma saia rodada e feia e tal. Disseram-me que tinha que começar a experimentar vestidos porque já estávamos no prazo, e eu, embora sem grande vontade, acedi. Experimentei uma série deles, mas com nenhum me senti noiva. Sentia-me bonita, diziam-me que tudo me ficava lindamente, mas algo me dizia que ainda não era aquilo. A minha mãe insistia para comprarmos, mas resolvi que não, que precisava de mais opiniões, que ainda era muito cedo para comprar e que não iria comprar na primeira loja para me arrepender mais tarde.
Não me dando por vencida, e sabendo a priori que a maior parte dos vestidos de noiva são uma grande foleirada, perguntava-me "porque é que estou a fazer isto, nunca vai haver nada que eu goste", resolvi subir de novo a avenida e ir até à Penhalta. Fechada para remodelações. "Boa, que hoje está tudo contra mim, quero sentar-me, quero almoçar! Grr!".
Continuando a demanda do Santo Graal dos vestidos de noiva, aqui a noivinha bate com os olhos na montra da Rosa Clará "Bolas, que isto é caríssimo!". Entro sem compromisso. Desde logo, o tratamento é diferente. Mandam-me esperar numa sala, depois de ter visto o catálogo e ter escolhido apenas um para experimentar. Mandam-me subir para o atelier e visto-o. Ahhhhh! Os meus olhos, já de si grandes, tornam-se enormes e verde-água, sinto que vou explodir, que sou uma princesa e acho-me linda. Ponho o véu e acho tudo maravilhoso. Sinto um entusiasmo até hoje nunca experimentado com um vestido de noiva e concluo "sou mesmo parva". Anos e anos a ler contos de fadas, a ver o casamento da princesa Diana e agora da Letizia, dá nisto. Um prazer absolutamente inconsciente, profundamente recalcado, que me faz passar do pragmatismo da realidade ao mundo dos sonhos, dos príncipes, princesas, castelos e dragões. Claro que eu vou casar-me com o dragão ( o que não tem nada a ver com o FCP que abomino, e sim com uma pancada especial do noivinho pela criatura), mas que para mim é um príncipe. Resolvo com a minha mãe que vamos comprar e voilá, assim foi. É um vestido simples, diferente, mas lindíssimo e é a minha cara.
E o melhor de tudo:
- A menina vai casar muito nova, não é? (Queres ver que acham que estou grávida?)
- Então e que idade me dá?
- 18 anos. (Será que pareço assim tão nova?)
- Vou casar com mais seis anos. 24!
- É que tem um brilho no olhar, é muito fresca! (Engraxadora!)
Saio de lá feliz, feliz e com o ego nas lonas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Estou curiosa!!!! Mas, enfim, vou ter que esperar até Maio.
Em relação à idade, é o nosso karma. A mim, também me acham sempre mais nova. Não percebo... nós temos mesmo ar de psicólogas adultas ;)
Quando falaste na facto de elas poderem achar que estavas grávida, lembrei-me imediatamente de uma situação semelhante que me aconteceu. Uma vez, fui com a minha mãe ao Continente, comprar uns artigos de bebé, para enviar para um conhecido do meu pai. Quando estavamos na caixa, com todos os artigos em cima do balcão e prestes a pagar, reparo que a senhora que está atrás de nós na fila olha para mim com um ar algo indignado, especialmente para a minha barriga. Devia estar a pensar "Coitadinha desta mãe que tem que vir com a maluca da filha adolescente que engravidou".

Rita ***

Susana disse...

Não percebo porquê é que pareço sempre mais nova. Será por estar de ganga e ténis? Enfim. Mas ainda bem, porque quando tiver 40, deve parecer que tenho tenho 30 :P