20 outubro, 2004

A Depressão na Infância

Decidi colocar online o resumo da minha monografia de final de curso, assim como os agradecimentos a quem a tornou possível. É uma forma de mostrar trabalho feito!
Aos Professores António José dos Santos e Manuela Veríssimo, pela orientação, incentivo, disponibilidade, e atenção dispensada na elaboração deste trabalho.
Às estagiárias de Psicologia, assim como à Dra. Luísa Vicente, do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de Santa Maria, por me terem possibilitado a recolha de dados.
Aos meus pais, irmã e avó, pelo apoio constante e por acreditarem sempre em mim. Sem eles, tudo isto não seria possível.
Às minhas amigas e colegas de curso do ISPA: Rita, Catarina, Leonor, Marta, Rita Silva, Cláudia, Sandra e Filipa. Conseguimos!
Ao Bruno, por ser quem é. Obrigada pelo amor, paciência (muita!), carinho e dedicação. Tens estado sempre ao meu lado ao longo dos últimos anos e és, para mim, o mais importante de tudo.
Este trabalho teve como objectivo estudar a natureza dos objectos internos nas crianças deprimidas, assim como o tipo de relação que estas estabeleceram com os mesmos. Foi ainda estudado o tipo de vinculação apresentado por estas crianças, como forma de tentar perceber se existiria alguma relação entre o tipo de vinculação e a patologia depressiva.
A amostra foi constituída por cinco crianças, um rapaz e quatro raparigas, com idades entre os sete e os nove anos, diagnosticados como crianças deprimidas pela consulta de Pedopsiquiatria do Hospital de Santa Maria. Utilizaram-se como instrumentos o Teste de Apercepção Temática para Crianças – Versão Animal (CAT-A), para uma análise das relações de objecto estabelecidas pelas crianças, e o Desenho da Família, para avaliar qual o tipo de vinculação destas.
Em todas estas crianças houve uma dificuldade a nível das primeiras relações de objecto, resultados comprovados tanto pelo CAT-A, como pelo desenho da família, que revela que todas as crianças da amostra tinham uma vinculação insegura evitante (tipo A). São crianças que tiveram relações não contentoras, funcionais, com falta de suporte afectivo por parte dos objectos. Ao mesmo tempo, pensou-se que havia nelas uma submissão a estes objectos exigentes mas imprescindíveis, dos quais não se conseguiam separar, mesmo quando o desejavam, prevalecendo sentimentos de inferioridade, insegurança e culpa.
Fez-se assim a ligação entre a teoria das relações de objecto e a teoria da vinculação, provando que é possível a união das duas na abordagem da depressão infantil.

Palavras-Chave: depressão infantil, relações de objecto, vinculação.
Key-Words: child depression, object relations, attachment.

Sem comentários: